E 2016?
Nunca fiz uma lista dos 10 melhores filmes, mas se fizesse, certamente o Feitiço do Tempo (Groundhog Day) figuraria na lista. Comédia romântica pouco pretensiosa, com o desagradável Bill Murray, fazendo o papel de um também desagradável Phil Connors, um homem preso no tempo, condenado a reviver o mesmo também muito desagradável dia. O filme, do qual pouco se espera, coloca a partir de uma historinha ingênua, algumas das mais interessantes questões filosóficas que há. Se você não assistiu, assista.
2015 foi um ano estranho. Como país, como sociedade, pouco se fez e regredimos em vários aspectos. Felizmente 2016 está ai, mas apesar das esperanças de muitos, parece que será um repeteco de 2015. Dilma continuará, Cunha continuará, Renan continuará, o plano para enfrentar a crise econômica é o mesmo de 2015, a CPMF continua espreitando, as projeções são de queda em PIB e desemprego, e a Lava Jato continuará tornando ar o que era sólido, o clima de beligerância entre mortadelas e coxinhas mantem-se, os debates vão cada vez mais rasos,... as esperanças "liberais" apostam num incerto impeachment que chacolhe o tabuleiro, mas sabem que a cura não será rápida, nem indolor e se não forem ingênuos sabem também que há muita coisa errada que não vai acabar com a troca da presidente. Mesmo os eleitores Dilmistas que não querem que ela saia, pois temem uma troca para pior, não se mostram esperançosos com grandes melhoras vindas do governo em que votaram, mostrando apenas um silencioso pasmo com o futuro. Parecemos condenados a reviver o mesmo ano novamente, não apenas em 2016, mas pelos próximos três anos, até que outras eleições apareçam.
E é ai que eu penso em Phil Connors.
..
Se estamos presos em 2015, condenados a reviver o inferno, façamos como Phil Connors. Se nada muda ao nosso redor, somos nós que temos de mudar, e é em nós que deve ocorrer a transformação que nos libertará dessa situação tragicômica. Em 2016 eu tenho apenas um desejo. Desejo que as pessoas ao meu redor se perguntem como fazer diferente e façam. Sugiro a todos que escolham algumas causas e as defendam. Que organizem comboios para ajudar o pessoal do Vale do Rio Doce, que no final de semana plantem árvores nas ruas, que façam hortas comunitárias, que peçam melhores direitos aos animais ou caso achem essas bandeiras "coisa de esquerda vegetariana", que convidem velhos amigos perdidos para um churrasco e participem de grupos de vigilância sobre as contas dos governos. Se são capitalistas puros que acreditam apenas na força do capital, que façam sua doação para ONGs e voluntariem-se para ministrar aulas de empreendedorismo. Sugiro que olhem para as pessoas ao redor e vejam que estas também compartilham preocupações parecidas com as suas, mesmo que as vezes tenham opiniões muito diferente.
Da minha parte, desejo pouco de 2016 e muito dos que estão a minha volta. Convido a todos a me ajudar a fazer um mundo melhor nesse 2016. Um feliz natal para nós e o 2016 que realizaremos.
Nunca fiz uma lista dos 10 melhores filmes, mas se fizesse, certamente o Feitiço do Tempo (Groundhog Day) figuraria na lista. Comédia romântica pouco pretensiosa, com o desagradável Bill Murray, fazendo o papel de um também desagradável Phil Connors, um homem preso no tempo, condenado a reviver o mesmo também muito desagradável dia. O filme, do qual pouco se espera, coloca a partir de uma historinha ingênua, algumas das mais interessantes questões filosóficas que há. Se você não assistiu, assista.
2015 foi um ano estranho. Como país, como sociedade, pouco se fez e regredimos em vários aspectos. Felizmente 2016 está ai, mas apesar das esperanças de muitos, parece que será um repeteco de 2015. Dilma continuará, Cunha continuará, Renan continuará, o plano para enfrentar a crise econômica é o mesmo de 2015, a CPMF continua espreitando, as projeções são de queda em PIB e desemprego, e a Lava Jato continuará tornando ar o que era sólido, o clima de beligerância entre mortadelas e coxinhas mantem-se, os debates vão cada vez mais rasos,... as esperanças "liberais" apostam num incerto impeachment que chacolhe o tabuleiro, mas sabem que a cura não será rápida, nem indolor e se não forem ingênuos sabem também que há muita coisa errada que não vai acabar com a troca da presidente. Mesmo os eleitores Dilmistas que não querem que ela saia, pois temem uma troca para pior, não se mostram esperançosos com grandes melhoras vindas do governo em que votaram, mostrando apenas um silencioso pasmo com o futuro. Parecemos condenados a reviver o mesmo ano novamente, não apenas em 2016, mas pelos próximos três anos, até que outras eleições apareçam.
E é ai que eu penso em Phil Connors.
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Se estamos presos em 2015, condenados a reviver o inferno, façamos como Phil Connors. Se nada muda ao nosso redor, somos nós que temos de mudar, e é em nós que deve ocorrer a transformação que nos libertará dessa situação tragicômica. Em 2016 eu tenho apenas um desejo. Desejo que as pessoas ao meu redor se perguntem como fazer diferente e façam. Sugiro a todos que escolham algumas causas e as defendam. Que organizem comboios para ajudar o pessoal do Vale do Rio Doce, que no final de semana plantem árvores nas ruas, que façam hortas comunitárias, que peçam melhores direitos aos animais ou caso achem essas bandeiras "coisa de esquerda vegetariana", que convidem velhos amigos perdidos para um churrasco e participem de grupos de vigilância sobre as contas dos governos. Se são capitalistas puros que acreditam apenas na força do capital, que façam sua doação para ONGs e voluntariem-se para ministrar aulas de empreendedorismo. Sugiro que olhem para as pessoas ao redor e vejam que estas também compartilham preocupações parecidas com as suas, mesmo que as vezes tenham opiniões muito diferente.
Da minha parte, desejo pouco de 2016 e muito dos que estão a minha volta. Convido a todos a me ajudar a fazer um mundo melhor nesse 2016. Um feliz natal para nós e o 2016 que realizaremos.