08 outubro 2010

Para quem chegou agora...

Para quem chegou agora...

Em 1994 FHC (governou de 1995 até 2002) foi eleito com meu voto. Em minha ingenuidade juvenil, acreditava que o PT e o PSDB, partidos que eu via como honestos, iam se livrar daquelas “velhas elites agrárias”, associando-se e governando. Estava enganado. O PT continuou na oposição (votando até contra a constituição) votava sistematicamente contra tudo, era contra Bolsa Família (disponível em http://www.youtube.com/watch?v=Sy4kjF-7anw), CPMF, juros altos, etc... como dizia Lula “não se associava a “escumalha” do PSDB”. Fernando Henrique, por razões questionáveis e também pragmáticas, associou-se a real “escumalha”, fisiologistas do PMDB e do DEM, para compor maioria e governar. Motivos pequenos moveram o congresso e os anões fizeram a festa. Em 1998 já não era possível dizer que você havia votado no FHC na USP sem ser considerado um bandoleiro e Lula falava em governo paralelo. A seita do PT reinava e o mundo usava estrelinha no peito. Graças a Deus nunca cheguei a tanto.

Em 2002 votei no Lula, meio a contragosto. Sabia que o projeto do PSDB era discutível, mas não era ruim, e parte de seus problemas vinham da instabilidade que criava o “risco Lula”. O dolar, só pra exemplificar, ia a quatro reais, pois os investidores com medo da esquerda tiravam o dinheiro do Brasil. O governo Lula foi tudo o que não se imaginava... ele deu continuidade a todas as políticas do PSDB que questionava, juros altos, aumento de impostos, assistencialismo e desenvolvimentismo. Para governar, também não chamou o PSDB, preferindo associar-se a velha escumalha de sempre (Sarney, Collor, PMDB...). A pilhagem rolou solta, mas por outro lado, os investimentos externos e o não cumprimento das promessas de campanha (reforma agrária por exemplo) fizeram com que o mercado parasse de ter medo do PT e finalmente o país crescesse com investimento externo. Desde então o dólar cai mês a mês, o que compromete a posição concorrencial do País. Ficou absolutamente óbvio que o PT não tinha objeções ao projeto do PSDB, contanto que eles estivessem pilotando o navio pirata.

Agora, em 2010, a situação é a seguinte: O Serra mentiu descaradamente nos últimos anos, só para ver se consegue sentar no trono, o exemplo mais simples e mais marcante é a tal carta se comprometendo a não sair do cargo no meio do mandado para concorrer a outro cargo, mas há outros exemplos, como a pilantragem que ele fez em cima dos usuários dos planos de saúde. Quem vota no Serra o faz porque acha que ele não vai cumprir as promessas de campanha como dar aumento para o funcionalismo e que é assim mesmo, tem que jogar sujo para se eleger, ou seja, mentir virou atributo positivo.

Do outro lado a mesma coisa, e vemos Dilma mudando de opinião sobre o aborto porque ela não vai chegar lá se falar o que pensa. Também os eleitores de Dilma acham isso normal, mas com um pouco menos de racionalidade atribuem essa questão ao “fascismo do PSDB”.

Em resumo, nessa eleição, estamos decidindo apenas quem vai dividir o BUTIM e é SÓ. Você quer um navio pirata com bandeira de estrela vermelha? Voto no que não vai ser eleito, para mandar meu recado para o eleito. Se o Serra estiver na frente, voto na Dilma, como a Dilma está na frente, voto no Serra. Feliz mesmo, só se ambos empatarem e depois se envolverem numa colisão área caindo em cima do companheiro Michel Temer e do amigo Indio, situação em que o presidente da câmera assume, provavelmente o Sarney! Opâ, nem assim serei feliz!

08 setembro 2010

Horário Eleitoral...

Salário mínimo digno de 2500 reais.
Assisti ao horário eleitoral.. adorei a proposta de um salário mínimo digno de 2500 reais. A idéia é tão fácil de ser cumprida que posso apostar que esse é o salário que o pessoal do PCdoB, ou seja lá qual é o partido autor da proposta, paga para a secretária e a faxineira do partido... que tal alguém ir lá verificar...

Tiririca
A Folha traz texto de Sérgio Tamer, procurador federal, ligado ao partido da república (ex Prona), defendendo que o Tiririca tem mais é que fazer palhaçada para se eleger... Vejam só que o Prona aprendeu com o Enéas a ter votações expressivas e eleger uns trastes pelo voto da legenda usando candidatos bizarros. No caso do Enéas, ao menos inicialmente, sua indignação parecia séria, mas com o Tiririca, como fica??
Como ainda ponho fé no povo brasileiro, acho que o Tiririca não será eleito...

Em tempo, qual a diferença entre procurador federal e procurador da república?


Direita, esquerda volver...

Pois é, após os comentários do Fernando abaixo, fica meio confuso saber o que é direita e o que é esquerda. Também não sei exatamente, mas vamos lá, de memória:

Esquerda, associa-se com a posição das cadeiras na assembléia francesa, do grupo burguês, contrário, ao clero e a nobreza... daí a esquerda ficou associada ao grupo contrário as forças dominantes e que pede mudanças no status quo. Se a definição é essa... fica difícil acreditar que o Serra, o Lula, a Dilma, a Marina (e seu vice presidente da natura) ou qualquer um dos nossos atuais candidatos seja de esquerda, já que estão todos associados "as elites (intelectuais e financeiras), aos bancos, as grandes empresas (Vale, Petrobrás, Construtoras) e a manutenção do status quo".

Se esquerda for lida como relativa ao socialismo e ao comunismo, como era na época da ditadura, o Brasil é a terra da pseudo-esquerda. Todos os partidos se dizem de esquerda, pregam que o "estado" é um pai bom que vai resolver o problema dos filhos (incapazes por natureza a se virarem e resolverem os próprios problemas).

Mas cá entre nós, isso ai é assistencialismo e desenvolvimentismo (muito bem colocado pelo Fernando) ... Note que na época da ditadura, a esquerda era assim chamada porque queria romper com as oligarquias e fazer a revolução socialista... essa bandeira caiu por terra (exceto no PSOL e outras aberrações), e nossos candidatos de esquerda não estão mais nem ai para o marxismo. A coisa mais próxima de um governo socialista (estado forte, desenvolvimento militar, controle da imprensa, romper com o capitalismo americano) era a proposta do Prona, que tem muito mais ares de direita radical, do que de esquerda radical.. (faltava encerrar a propriedade privada)

De forma geral, repito minha sensação... não tem ninguém ai que acredite em estado mínimo ( o FHC não acreditava, fez meia duzia de privatizações, mas simultaneamente aumentou brutalmente a arrecadação de impostos (em proporção ao PIB) e o tamanho do estado, basta ver os números). Não tem nenhum candidato que ache que o problema é excesso de exigências, leis, burocracias, impostos, funcionalismo público, em suma, de governo... Não tem ninguém que ache que os americanos são como são porque prezam o indivíduo e as conquistas individuais, e portanto isso deve ser valioso. Não sou um radical, sei que não dá para ficar sem investimento do governo em metro por exemplo... mas tenho minhas dúvidas se o nosso modelo de saúde e educação não seriam muito melhores se estivessem entregues a iniciativa privada... Algumas experiências nesse sentido seriam bem-vindas, não na pós-graduação (pro-une da vida), mas na pré-escola... não para hospitais de última linha, mas para postos de saúde preventivos de massa no interior do país... é apenas um ou outro teste que eu gostaria de ver... mas há medo de fazê-los e uma pressão sindicalista contrária a qualquer ação nesse sentido...









24 agosto 2010

Dilma se define como de esquerda. Serra se diz de esquerda. Temos nessa eleição diversos partidos, sendo que as palavras que mais aparecem em suas siglas são Social, Socialista, Comunista, Democrata, do trabalho e do trabalhador..

Agora, se você como eu, acredita em estado mínimo, e quer menos impostos, mais eficiência e portanto mais coisas na mão da iniciativa privada e menos na mão da iniciativa pública... vota em quem? Cade a direita? No Brasil, devido ao regime militar (que não acreditava nos princípios do estado mínimo e portanto também era de esquerda, só não era comunista) ninguém diz que é direita. Um saco!

01 maio 2010

Gráfico da Carga Tributária.



Resolvi perder um tempo e organizar um gráfico da carga tributária (em porcentagem do PIB) apartir dos dados do IBGE....

Conclusão, nem PSDB, nem PT, nem Ditadura Militar... Seja lá quem for, a idéia é arrecadar cada vez mais...



fonte dos dados IBGE

02 abril 2010

Freakonomics - Idéias Centrais

Freakonomics – O lado oculto e inesperado de tudo que nos afeta


O livro Freakonomics fala sobre economia, mas sem índices de inflação ou taxa de juros, ele aborda cenários, desde a arte de ser pai, do impacto da legalização do aborto à discriminação racial. Ele abre levemente a superfície da vida moderna e revela o que acontece por debaixo dela, buscando cenários e examinando-os através de dados de uma maneira que pouco se fez. Sendo assim a meta do livro é explorar o lado oculto de tudo que nos afeta.


1. O que os professores e os lutadores de sumô tem em comum?

O tema central deste capítulo é sobre trapaça, fazendo um paralelo como o ser humano aprende a reagir sobre incentivos, que é o significado da economia. Os incentivos não passam de meios para estimular as pessoas a fazer mais coisas boas e menos coisas ruins, mas eles não surgem espontaneamente, alguém tem que criá-lo. Este é elo entre os professores e os lutadores de sumo. Após uma definição o governo federal tornou obrigatório os provões, oferecendo incentivos através das notas dos alunos onde as escolas podem perder subsídios federais e até os professores serem demitidos e pelo outro lado os professores podem ser promovidos ou mesmo serem recompensados financeiramente. E este foi o meio que os professores encontraram para trapacear, pois começaram através de diversos meios a fraudar os provões para obter os incentivos. E o mesmo aconteceu com os sumôs, que além de um esporte nacional é um depositório de sentimento religioso,militar e histórico do país. O esquema de incentivos que o governo mantém é que o lutador que detém uma posição no ranking, tem todas as mordomias possíveis, como dinheiro, pessoas que o atendem, volume de comida que ingerem ,etc. Devido a isso essa posição é sempre muito cobiçada entre os sumos, fazendo que nas disputas alguns sumos que já tem um certa posição entreguem o jogo aos outros que pretendem entrar. Analisando estes dois perfis,fica subentendido que as pessoas são corruptas, quando alguém não está olhando o que ela faz.


2. Em que a Ku Klux Klan se parece com um grupo de corretores de imóveis?

Os corretores hoje detêm total informação quanto ao seu mercado e isso nos torna extremamente dependente da sua atuação. Pois somente eles conseguem nos munir de dados que precisamos para comprar ou então vender os nosso imóveis e com isso exercem uma pressão muito grande e os seus clientes sem a posse das informações necessárias acabam ficando em suas mãos e aceitando qualquer negócio. E como a Ku Klux Klan entra neste contexto? A Ku Klux Klan surgiu como uma seita de segregação racial contra negros, e logo após contra judeus. Durante todo o período que essa seita esteve ativa ela arrebanhou vários seguidores que pagavam taxas para se manterem nessa organização. Mas houve um jornalista que sempre foi contra preconceitos e quis combater essa seita. Ele entrou nela como espião e conseguiu diversas informações para que conseguisse combatê-la e o que mais o intrigava era porque eles mantinham associados sendo que não trabalhavam mais em prol das suas convicções. Foi então que ele descobriu que os membros não estavam lá por ideologia e sim por ter algum lugar para ficar longe de casa e maioria destes membros eram pessoas sem instrução e eram enganadas com muita facilidade. Foi então que o jornalista utilizou destas informações como munição para zombarias e logo a Klan perdeu força e começou a afundar. Tudo isso aconteceu pois ele percebeu o poder da informação em si. A Ku Klux Klan foi um grupo cujo poder - à semelhança daquele dos políticos e dos corretores de imóveis - em grande parte resultava da sonegação de informações. Uma vez nas mãos erradas (ou, dependendo do ponto de vista, nas mãos certas), boa parcela da superioridade do grupo vira pó.



3. Por que os traficantes continuam morando com as mães?

Um estudioso, Ph.D em sociologia estava interessado em entender como os jovens constroem suas identidades, para tal ele foi a campo fazer entrevistas em bairros pobres de negros em Chicago. Entre suas entrevistas ele conheceu traficantes de crack e lá passou a 6 anos vivendo entre eles. E com esta convivência acabou recebendo um livro com todas a contabilidade desta gangue de lá , ele pode tirar diversas informações que responde a pergunta do capítulo: se os traficantes ganham tanto dinheiro, por que ainda moram com as mães? É que a exceção dos carrões, eles não ganham muito e não lhes resta alternativa senão morar com as mães. Para cada abastado, há centenas de outros que ganham muito mal.Os 120 chefões da gangue não representam 2,2% do total de membros, mas embolsavam bem mais que a metade dos lucros. Portanto é preciso estar bem próximo ao topo para se ganhar um bom salário.


4. Onde foram parar todos os criminosos?

Quando o índice de criminalidade começou a cair no início dos anos 90, essa queda foi tão rápida e repentina que surpreendeu todo mundo. Alguns especialistas precisaram de vários anos para sequer reconhecer que a criminalidade estava diminuindo, tão confiante-mente apostavam em seu contínuo crescimento. Com efeito, muito tempo depois de ela atingir o ápice, alguns deles continuavam prevendo cenários cada vez mais sombrios. Mas as provas levaram uma série de especialistas a apresentar hipóteses para explicar a queda na criminalidade. Muitas destas teses apresentadas não explicavam a efetiva queda da criminalidade. E levantando vários dados os autores chegaram a conclusão que a queda de fato tinha relação com a legalização do aborto nos anos 60. E estudos mostraram que uma criança nascida em um ambiente familiar adverso tem muito mais probabilidade que outras de ser tornar um bandido. E os milhões de mulheres com mais probabilidade de fazer aborto, isto é, pobres, solteiras e adolescentes, cujos filhos, se nascidos, teriam mais probabilidade do que outras crianças de ser tornarem criminosos. E devido a legalização do aborto, esse processo viria a produzir um efeito drástico no futuro distante: anos mais tarde, justamente quando essas crianças não nascidas atingiriam a idade do crime, o índice de criminalidade começou a despencar.Não foi o controle sobre as armas nem uma economia em crescimento ou as novas estratégias políticas o que finalmente reverteu a onda americana de criminalidade, mas, entre outros, o fato de o número de criminosos potenciais ter minguado drasticamente.

5. O que faz um pai ser perfeito?

Este capítulo traz algumas reflexões sobre qual a importância dos pais na criação dos filhos. Maus pais com certeza fazem uma enorme diferença, pois os filhos estão sujeitos a negligência e ao abuso e têm um futuro pior que os filhos cuidados ansiosamente pelos pais. E um monte de livros em casa determina um bom desempenho na escola? Estudos comprovam que sim, mas as notas altas são influenciadas por outros fatores, como boas escolas e a influência dos amigos. E o sucesso do filho também está relacionado ao sucesso na carreira dos pais, estudos também mostraram que pais bem sucedidos têm muitas chances de ter filhos bem sucedidos.



6. Pais perfeitos, parte II; ou uma Roshanda seria tão doce se tivesse outro nome?

Será que o nome tem influência no sucesso da criança, o autor diz que sim. E esta afirmação se deve a análise de um banco de dados da Califórnia, onde houve o cruzamento do nome das crianças nascidas, com a raça, cor, estado civil dos pais e o código postal (que indica o status sócio econômico e a composição racial de um bairro) e confirmaram que há uma diversidade muito grande na escolha de nomes por parte de brancos e negros, pais negros dão a seus filhos nomes totalmente diversos das crianças brancas e vice-versa. Mas esse fenômeno é recente, pois teve inicio nos anos 70 com o movimento Black Power e também devido a segregação cultural existente nos EUA, pois os pais tem receio de colocar algum nome que seja predominantemente branco e ser discriminado na sua própria comunidade. Outro assunto abordado é o peso do nome em uma seleção para entrevistas, o selecionador presume um histórico do candidato devido ao seu nome.

Resumo feito por uma aluna minha, Renata, muito esclarecedor.

23 março 2010

O casal Nardoni...

Pois é.. vão mandar as bruxas para a fogueira... o julgamento começou, e é assustador ver como as pessoas estão CERTAS de que eles são culpados. A história deles é ruim?? Sim, mas cá entre nós a versão da polícia não é melhor.

Por outro lado, como jurado que fui, posso dizer uma coisa sobre esse caso... quanto dinheiro público mal aplicado! Maquete para o Promotor! Filme animação para a perícia recriando a versão da acusação! Isso sem contar a grana gasta nas investigações que ao final, ao menos para mim, não obtiveram nenhuma prova "definitiva".
Enquanto isso teve vezes que fui ao fórum ser jurado e o julgamento não rolou porque faltou verba para por gasolina no transporte do réu..

12 março 2010

Ah, os piratas...

Lord Cutler Becket: Você é louco!
Jack Sparrow: Graças a Deus por isso, ou isso provavelmente nunca funcionaria.


No original:
Lord Cutler Beckett: [Jack is about to light a cannon that's pointed at the mast] You're mad.
Jack Sparrow: Thank goodness for that, 'cause if I wasn't this would probably never work.