08 setembro 2010

Direita, esquerda volver...

Pois é, após os comentários do Fernando abaixo, fica meio confuso saber o que é direita e o que é esquerda. Também não sei exatamente, mas vamos lá, de memória:

Esquerda, associa-se com a posição das cadeiras na assembléia francesa, do grupo burguês, contrário, ao clero e a nobreza... daí a esquerda ficou associada ao grupo contrário as forças dominantes e que pede mudanças no status quo. Se a definição é essa... fica difícil acreditar que o Serra, o Lula, a Dilma, a Marina (e seu vice presidente da natura) ou qualquer um dos nossos atuais candidatos seja de esquerda, já que estão todos associados "as elites (intelectuais e financeiras), aos bancos, as grandes empresas (Vale, Petrobrás, Construtoras) e a manutenção do status quo".

Se esquerda for lida como relativa ao socialismo e ao comunismo, como era na época da ditadura, o Brasil é a terra da pseudo-esquerda. Todos os partidos se dizem de esquerda, pregam que o "estado" é um pai bom que vai resolver o problema dos filhos (incapazes por natureza a se virarem e resolverem os próprios problemas).

Mas cá entre nós, isso ai é assistencialismo e desenvolvimentismo (muito bem colocado pelo Fernando) ... Note que na época da ditadura, a esquerda era assim chamada porque queria romper com as oligarquias e fazer a revolução socialista... essa bandeira caiu por terra (exceto no PSOL e outras aberrações), e nossos candidatos de esquerda não estão mais nem ai para o marxismo. A coisa mais próxima de um governo socialista (estado forte, desenvolvimento militar, controle da imprensa, romper com o capitalismo americano) era a proposta do Prona, que tem muito mais ares de direita radical, do que de esquerda radical.. (faltava encerrar a propriedade privada)

De forma geral, repito minha sensação... não tem ninguém ai que acredite em estado mínimo ( o FHC não acreditava, fez meia duzia de privatizações, mas simultaneamente aumentou brutalmente a arrecadação de impostos (em proporção ao PIB) e o tamanho do estado, basta ver os números). Não tem nenhum candidato que ache que o problema é excesso de exigências, leis, burocracias, impostos, funcionalismo público, em suma, de governo... Não tem ninguém que ache que os americanos são como são porque prezam o indivíduo e as conquistas individuais, e portanto isso deve ser valioso. Não sou um radical, sei que não dá para ficar sem investimento do governo em metro por exemplo... mas tenho minhas dúvidas se o nosso modelo de saúde e educação não seriam muito melhores se estivessem entregues a iniciativa privada... Algumas experiências nesse sentido seriam bem-vindas, não na pós-graduação (pro-une da vida), mas na pré-escola... não para hospitais de última linha, mas para postos de saúde preventivos de massa no interior do país... é apenas um ou outro teste que eu gostaria de ver... mas há medo de fazê-los e uma pressão sindicalista contrária a qualquer ação nesse sentido...









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