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21 maio 2007

Carros a hidrogênio

Acho que essa vai ser a semana da ecologia, já que meus posts estão sendo todos para desmistificar assuntos de meio ambiente corriqueiros na mídia, mas que nunca trazem todas as informações.
Li ontem "odes" ao carro de hidrogênio no caderno veículos da Folha... Já havia visto matérias semelhantes, em que se discutem as maravilhas destes autos, que funcionam pela queima do hidrogênio, e emitem água ao invés de Gás Carbônico, mas... para variar nem toda informação está lá.

Vamos aos fatos:
O carro queima hidrogênio, misturando-o ao oxigênio e liberando energia + água. Tudo uma maravilha mesmo... então porque o pessoal malvado das montadoras não faz logo carros movidos a água? Ok, eles não tem Jesus no coração, mas isso não impede as montadoras de perceber que tais veículos venderiam e eles poderiam levar seus trinta dinheiros nessa.
E vc? O que está esperando para faturar com essa? Que tal comprar ações de empresas que exploram poços de hidrogênio? Uê, vc não sabe que empresas são essas!? Nem eu, porque não existem poços de hidrogênio... Então corra para plantar pés de hidrogênio, ou comprar minas de hidrogênio... Ah, também não há estas coisas?! Droga, logo agora que achava que ia enriquecer e fazer o mundo melhor.
Certo, qualquer imbecil sabe que o hidrogênio existe em abundância no universo, água contém hidrogênio, ácidos também, até bases tem hidrogênio, e mesmo seu corpo tem uma parcela significativa destes átomos... mas hidrogênio livre, leve e solto, para reagir com a oxigênio da atmosfera, NON EXISTE (ao menos na terra)...
Hidrogênio existe sim, como decorrência da eletrólise, que é a reação de quebra da água em 0 + 2H. Só que se você ainda lembra das aulas de química, vai pescar a pegadinha, que tem afastado os capitalistas desse negócio. A reação química que libera energia, no caso a queima do hidrogênio, é na verdade a reação inversa a eletrólise, que para ocorrer vai precisar no mínimo da mesma quantidade de energia gerada na queima (maldito principio da conservação universal, coisa de Lavoisier, burguês imundo)... Ou em outras palavras, para produzir hidrogênio livre, gastamos no mínimo a mesma quantidade de energia que se obtêm ao queimá-lo.

Oras...
É claro que o carro a hidrogênio ainda é melhor que o a gasolina, mas apenas porque não polui o local onde eu estou, e deixa as cidades com o ar mais respirável, porque em algum outro lugar, alguém tem que queimar combustível fóssil, (em quantidades maiores que para mover o carro a gasolina devido as perdas decorrentes da ineficiência dos processos, como o calor...).
Claro que também pode arrumar alguma outra fonte de energia para produzir o meu hidrogênio, mas atualmente energia no mundo é muito carvão + muito petróleo + alguma fusão nuclear (lixo atômico) e uma pitada de fontes alternativas.
Ou se investe de verdade em fontes alternativas de energia, como solar, eólica, "biomassa" ou mesmo "nuclear" ou pode esquecer amigo.... caro a hidrogênio polui mais que a gasolina. Só que a poluição fica lá longe, nos países subdesenvolvidos... OPS! Somos um país subdesenvolvido... Fodeu...
Abaixo a matéria que deu origem ao post:

20 maio 2007

Trangênicos: Qual o problema?


Retirei esse trecho do site da monsanto:
"No milho, por exemplo, cientistas utilizaram a tecnologia para inserir um gene que o tornou resistente a alguns tipos de pragas comuns nesse cultivo. Com isso, esse milho dispensa a aplicação de alguns inseticidas, diminuindo em muito o uso desses agrotóxicos, beneficiando o meio ambiente. Outros exemplos são a soja, o trigo, a canola e o algodão tolerantes a um tipo de herbicida ou resistentes a pragas."
Fonte:
Quando leio esse trecho, faço como todo mundo, e me pergunto:"Uê, qual o problema, esses ecologistas são mesmo uns chatos..."
Mas preste atenção:
"...a soja, o trigo, a canola e o algodão tolerantes a um tipo de herbicida" - Sabe o que isso quer dizer?
Que a tal soja trangênica pode receber uma quantidade maior de um Herbicida.. Os herbicidas, apesar de serem melhores que os inseticidas, ainda são do bom e velho grupo dos "cidas", daí também vem as palavras "suicida", "homicida"... que tem óbvia ligação com o verbo "assassinar"... No caso, a soja transgênica e outros são resistentes ao "Roundup", que age na natureza matando as plantas invasoras das plantações, ou como diz o caipira "o mato". Assim, fica claro o problema, o tal transgênico permite o uso de mais herbicida (veneno)...
Também sou favorável a produção de trangênicos que diminuam o uso de inseticida, ou levem a alimentos mais saudáveis... mas nem todo cisne é branco, e existem também aqueles produtos transgênicos que ocultam pegadinhas e podem ser prejudiciais ao ambiente, especialmente se usados por uma população "sem informação". Mas não há que se preocupar, pois nossos agricultores são todos formados em agronomia, não é?
O uso de herbicidas em excesso pode prejudicar as florestas em torno das plantações de soja, e acredite, não é a toa que a monsato escreve no pacote do "Roundap Transourb":
"Produto mediamente tóxico. - ATENÇÃO: ESSE PRODUTO É PERIGOSO A SAUDE HUMANA, ANIMAL E AO MEIO AMBIENTE. UTILIZE SEMPRE OS EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL."
Veja você mesmo no final da página:

19 maio 2007

Carros...

É absolutamente óbvio que existe algo errado no idéia de um carro. O conceito de um veículo pesando mais de uma tonelada e gastando energia para mover essa massa toda, enquanto o propósito da viagem é transportar 70 kilos para outro ponto é absurdo. No entanto, todos os dias entramos no carro e jogamos nossa cota de CO2 na atmosfera... tinha que dar algo errado mesmo...

28 março 2007

Enquanto isso, a Folha também falha.



No jornal equilíbrio da folha 5 de abril de 2007, temos um brilhante exemplo de um texto comercial, falacioso, vinculado como notícia. Observe:

"Triturador instalado na pia reduz volume de lixo
Separar o material não-orgânico para reciclagem não é a única maneira de diminuir o impacto do lixo doméstico. Uma forma ambientalmente interessante de lidar com resíduos orgânicos, como cascas de frutas e ossos, é instalar na pia da cozinha um triturador de restos de alimentos.
Dentro do aparelho, o material é triturado em partículas pequenas que são despejadas na tubulação de esgoto. Isso reduz o volume de lixo enviado a aterros sanitários e diminui a chance de proliferação de insetos e de bactérias na cozinha.
Segundo Kleber Lopes, gerente de vendas da InSinkErator, fabricante desse tipo de aparelho, para fazer a instalação basta ter uma tomada monofásica perto da pia, uma distância mínima de 20 centímetros do fundo da pia até a saída de esgoto e uma cuba com válvula de 4,5 polegadas.
"As cubas podem ter válvulas de 3,5 ou 4,5 polegadas", explica Lopes. "Mas, se ela for de 3,5 polegadas, isso não é empecilho, pois a assistência técnica pode aumentar o furo."
Quem adotar o aparelho deve ter cuidado apenas para não colocar nele resíduos muito duros (como cascas de ostras) ou fibrosos (como palha de milho).
Segundo Lopes, o triturador não oferece risco de acidentes, pois não utiliza lâminas, e sim pequenos martelos, localizados a cerca de 30 centímetros da boca do triturador. Os aparelhos da marca custam de R$ 600 a R$ 1.800." -


Quais as falácias:
1 - Esgoto também tem que ser tratado, e "No caso do esgoto, cerca de 54% da população urbana continuam desligados da rede coletora e a maioria dos esgotos domésticos coletados não recebe tratamento adequado. Toda essa extraordinária quantidade de poluição orgânica é jogada nos rios onde as empresas de saneamento coletam as águas para o abastecimento público, aumentando significativamente os cursos de tratamento da água, exterminando a fauna e a flora dos rios e disseminando doenças rio abaixo." - fonte : http://www.planeta.coppe.ufrj.br/artigo.php?artigo=635

2 - O Brasil é carente de tratamento de esgoto: "nos cerca de 5 mil 500 municípios do país, apenas 13 tratam o esgoto."

3 - Como lógico, só posso perguntar, é melhor mais lixo no aterro, ou mais esgoto saindo da minha pia?? A princípio se todo o esgoto fosse tratado, o texto não seria falso, mas ainda esconde um último detalhe, o lixo no esgoto é mais dificil de tratar do que o lixo do aterro... "uma estação de tratamento com capacidade de tratamento de esgoto de cerca de 1.200 pessoas, custa em média R$ 100.000,00" e além disso "no Estado de São Paulo, as empresas pagam R$ 8,75 pelo metro cúbico de água acrescidos do mesmo valor pelo esgoto descartado, ou seja, um total de R$ 17,50 por metro cúbico" - veja em:http://www.revistafator.com.br/ver_noticia.php?not=7107.

Enquanto isso, "A experiência prática demonstra que a operação de um aterro sanitário, em nossas condições médias, custa algo em torno de R$15,00 por tonelada de resíduos nele disposta. A operação de uma unidade de compostagem (e não me estou referindo às tristemente famosas "usinas") usualmente chega a mais de R$40,00 por tonelada de resíduos orgânicos nela processada. Finalmente, no que se refere aos procedimentos de reciclagem, particularmente aqueles baseados no princípio da coleta difusa desses resíduos "porta a porta", os custos operacionais muito facilmente superam os R$100,00, igualmente por tonelada de resíduos recuperada. " - fonte http://www.manuelzao.ufmg.br/jornal/jorn-ulted-14/ed14-debate.htm.

Mas lembre-se que um metro cúbico de esgoto carrega muito menos matéria organica do que uma tonelada de lixo orgânico, pois no primeiro a maior parte do peso é composta daquilo que mais temos escassez hoje, ou seja, a agua.

Em resumo, a assessoria de marketing (talvez da InSinkErator) plantou essa notícia, e a folha comprou. Lógico?

27 março 2007

Entulho reciclado é usado em pavimentação de ruas
Autora do original: RAQUEL DO CARMO SANTOS

O empresário José W. Vedroni colocou em prática uma solução relativamente simples, mas que ninguém ainda havia experimentado. A partir de uma consultoria prestada por ele, surgiu a idéia de aproveitar os resíduos gerados pela construção civil para pavimentação de ruas e fechamento de valas na cidade paulista de Piracicaba. O processo foi tão bem-sucedido que outra administração pública resolveu importar a idéia e implantar o mesmo sistema em Vinhedo. Além de oferecer um destino seguro para os entulhos de construções e demolições, a solução barateia procedimentos normalmente dispendiosos realizados por prefeituras.


Segundo cálculos feitos por Vedroni, que apresentou dissertação de mestrado sobre o tema na Faculdade de Engenharia Agrícola (Feagri), uma cidade como Campinas, por exemplo, poderia economizar, em média, cerca de R$ 4,5 milhões/ano ao reciclar resíduos de demolição, oriundos de reformas de residências e de áreas comerciais e industriais, utilizando-os em pavimentação. O único investimento, no caso, seria a implantação de usinas de reciclagem, cujo custo compensaria em relação ao benefício que a iniciativa traria às administrações públicas e ao meio-ambiente.


O processo consiste basicamente em recolher os entulhos e encaminhá-los para uma unidade de triagem e reciclagem. Vedroni explica que a porcentagem de aproveitamento desse material é de 80%. Após a separação, o resíduo passa por um britador do tipo impacto e, na seqüência, é peneirado e separado nas categorias “graúdos” e “miúdos”. Em seguida, são feitos ensaio geotécnico e análise química para a checagem de substâncias contaminantes. Depois desses procedimentos, o material já estará em condições de ser usado nas pavimentações e em trabalhos que não exijam uma sustentação complexa. Por isso, o objetivo é sua utilização por companhias de água e esgoto que, freqüentemente, precisam abrir e fechar valas para consertos em encanamentos. Para as análises químicas, Vedroni fez parcerias com o Instituto de Química da Unicamp.



Entulho – Vedroni tem especialização na área ambiental e para o trabalho de mestrado foi orientado pelo professor David de Carvalho. A sua principal preocupação foi com a quantidade de resíduos gerados no país e o seu descarte em lixões, aterros e áreas inadequadas. Estimativas do IBGE apontam que cada habitante geraria, em média, 0,51 tonelada de resíduo de construção e demolição por ano. Isso significa que o volume gerado no Brasil somaria cerca de 92 milhões de toneladas/ano. Essa quantidade é considerada extremamente alta. Ademais, seu descarte não é controlado.


Segundo o especialista, a resolução do Conselho do Meio Ambiente (Conama), de número 307, baixada em julho de 2002, prevê a responsabilidade do município no processo de criação do plano de gestão destes resíduos, incentivando a reciclagem e a criação de aterros de inertes. São notórios os impactos negativos ao meio ambiente e à saúde da população com relação ao não-gerenciamento. “Degrada o aspecto visual das cidades, provocando enchentes com o entupimento nas tubulações de águas pluviais e com o assoreamento dos rios e córregos”, argumenta.


Outra questão apontada pelo pesquisador no trabalho é a escassez crescente de áreas para criação do aterro específico em cidades com mais de 150 mil habitantes. A cidade de São Paulo, por exemplo, não tem mais espaço para criar este tipo de área. Neste sentido, a proposta seria extremamente adequada, pois evitaria altos investimentos com transporte e outros serviços para os procedimentos de descarte adequados em outras regiões. “Diariamente, são gerados resíduos e há necessidade de que sejam realizadas manutenções regulares em valas. Isso gera um círculo vicioso que culmina nos aterros, que são perfeitamente dispensáveis”, explica o idealizador do projeto.



O início – Há cerca de três anos, a cidade de Piracicaba tinha um grave problema, comum também em outras cidades. Os buracos abertos e fechados pelas companhias de água e esgoto, depois de certo tempo, acabavam cedendo. As manutenções tinham que ser feitas freqüentemente, gerando prejuízos para a Prefeitura. Solicitado a prestar uma consultoria, Vedroni deparou com uma usina de reciclagem de resíduos de construção e demolição parada e sem utilidade no município. Idealizou então um sistema para reaproveitar o resíduo gerado na cidade. A experiência deu certo e conseguiu ser exportada para Vinhedo.


Em Campinas, Vedroni fez os cálculos do entulho gerado. Chegou na marca de 540 mil toneladas por ano, o que corresponderia a 130 mil caçambas. Embora a cidade tenha uma usina de reciclagem, ela não chega a administrar 40% do que é gerado. Segundo o pesquisador, seriam necessárias mais três usinas do mesmo porte.

Comentários:
Em suma pavimentação é pedra moída coberta de asfalto. Isso não difere muito de tijolo, bloco e concreto moído recoberto por asfalto (a resistência talvez caia um pouco). A dez anos foi publicada matéria sobre baba de cupim para consolidar o asfalto. Uso prático atual, zero. Não adianta inventar se ninguém implementar.