26 fevereiro 2008

O nome de Deus.

As religiões monoteístas baseadas no livro (Tora, bílblia e Alcorão) proíbem representações de Deus. Parecem temer que a representação seja tomada como o próprio, erro de incaulto que confunde o mapa com o terreno. Oras, se é para ser extremo, a própria palavra "Deus" deveria ser proibida, já que ela nada mais é que uma representação do divino.

Realmente para alguns é assim, ou era, visto que os Judeus não diziam "Yahweh" (iod-he-vav-he), ou "aquele que é", e no momento da leitura da torá substituiam por adonai (meu senhor). Naquele tempo, dizer o nome de Deus era tabu. Assim, aqueles que realmente são "seguidores extremos" talvez devessem considerar que o processo de adoração deveria ser feito sem que houvesse nem mesmo uma palavra ou frase para designar deus.

Mas se aplicarmos a lógica ao extremo, também a frase "aquele que não pode ser nomeado" também é representação e o mesmo pode ser dito de "adonai", e ai, como fica? Ainda bem que sou mais do tipo que admira a criação do que o criador.

20 fevereiro 2008

Curso Marcato

MARCATO em Santos - Cursos Preparatórios para Concursos: Av: Ana Costa, 59 – sala 12- 1º andar – Tel: 3221-3080.
Um monte de gente cai aqui atrás do endereço do curso preparatório, assim resolvi ajudar.

17 fevereiro 2008

O paradoxo definitivo da ciência.

Diálogo do filme Soláris:

Chris Kelvin: Você pode me dizer o que está acontecendo aqui?
Snow: Eu posso te dizer o que está acontecendo, mas eu não sei se isso vai lhe explicar o que realmente está acontecendo.

Acredito que um dos principais problemas do universo, é entender que toda nossa ciência, conhecimento, e aquilo que temos como sólido, é apenas conjuntura. "Tudo que é sólido desmancha no ar". Se nossos modelos ciêntificos nos permitem viver melhor, assumir que eles sejam "a verdade" é um devaneio tão transloucado quando conceber um Deus chacal que pesará seu coração quando você morre como "a verdade". Não há resposta definitiva porque não há pergunta definitiva.

Temos que concordar com Arthur Dent que a resposta para a pergunta fundamental do universo, da vida e tudo mais é realmente 42.

11 fevereiro 2008

06 fevereiro 2008

Sobras e Sombras

Em episódio da série Lost é oferecia a possibilidade que todos os eventos da ilha sejam na verdade um delírio de, Hugo "Hurley" Reyes, que dopado de Clorazepam, em uma clinica psiquiátrica estaria sonhando os personagens, os romances, as mortes, os episódios e finalmente, a sua própria vida. A idéia não é nova nas séries de TV ou no cinema. Consigo me recordar do mesmo "artifício" na série Buffy ( a caça-vampiros) e usando um exemplo extremo, de delírio coletivo, e não individual, no filme Matrix.

Ainda que no mundo atual restem poucos mistérios, concebê-lo como uma "viagem" do cérebro, é filosofia das boas, que permanece como uma questão não resolvida. Desde que o homem intuiu que havia dois mundos, um real, e um percebido, há a dúvida sobre o quão próximo do mundo real, é esse outro mundo construído, em que vivemos. O mito da Caverna platônico ilustra a primeira decorrência dessa dissociação homem e realidade. Talvez, o que enxergamos, ouvimos, respiramos, cheiramos, comemos, seja apenas pálida sombra de uma realidade muito maior e mais completa. Restam-nos apenas as sobras, sombras pálidas, projetadas no fundo da caverna.



Mas há outra decorrência, ainda mais fantástica e em certa medida sedutora. Pode-se questionar se não ocorre o inverso. Se o mundo que imaginamos não é muito mais rico e real do que o outro físico-químico. Prost descreve como um pedaço de bolo o fez recordar-se do quarto da infância, da Tia, da rua, dos Jardins, de toda Combray. Se outra pessoa experimenta aquela “madeleine” certamente não sentiria as mesmas coisas. Havia naquele pequeno pedaço de bolo um universo inteiro, que não há no universo real.

Vivemos um delírio do cérebro? Como definir o que é real? Distingui-lo do sonho?

Stanislaw Lem, autor de Soláris (1961), apresenta-nos seu personagem Cris, que se reencontra com Rheya (Reyes, Rheya... coincidência?) sua esposa já falecida, e coloca o dilema do personagem em diferir sonho de realidade:

"Convinha, antes de mais nada, conceber uma experiência lógica - experimentum crucis - que confirmasse ter eu me tornado verdadeiramente louco, que era vítima de minha imaginação, ou que, apesar da absurda inverossimilhança, eu vivera acontecimentos reais. [...]

Mas seria possível realizar uma experiência-chave? Não, pensei imediatamente, seria impossível, pois meu cérebro desarranjado (se é que estava mesmo) criaria as ilusões que eu exigiria dele." (p.68)

01 fevereiro 2008

Solaris - O livro.

Acabei de ler o livro "Solaris". Uma obra de ficção, que faz pensar como um bom texto de Borges. Entretanto, posso elogiar o filme que tem diálogos ainda melhores que o livro. Com isso são duas boas adaptações de ficção que prefiro o filme ao livro. A outra é O caçador de Androides.